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O Vampiro Armand – Anne Rice


Antes de mais nada, dizer que sou uma grande fã de Anne Rice que já li quase todos os seus livros, seria uma das maiores mentiras que eu poderia contar. Sou uma grande fã, mas li apenas dois livros da celebre “mãe” de Lestat; entretanto, “Entrevista com o Vampiro” e “Pandora” foram o bastante para que eu criasse uma admiração especial pela autora e por seus vampiros que quando não são os predadores mortais, conseguem ser complexos, confusos, sentimentais, apaixonados, manipuladores e dependentes de afeto como qualquer humano.

Gosto dos vampiros de Rice exatamente por esse lado humano que cada um deles carrega; talvez seja isso que os tornam tão fascinantes: a humanidade que ainda palpita - mesmo que mínima em alguns – em cada um deles, desde o sentimentalóide Louis, a apaixonada Pandora, o religioso Armand até o sedutor e egocêntrico Lestat.

Há alguns dias atrás ganhei de Natal “O Vampiro Armand”; sim, o vamipro que se apaixonou pela aparente fragilidade de Louis e que foi tão bem interpretado por Antônio Banderas na adaptação cinematográfica de “Entrevista com o Vampiro” (um dos filmes que teve o roteiro mais fiel ao livro que já tive o prazer de assistir). Só que nesse livro ele é o personagem principal.

Ainda não o li todo, na verdade não estou nem na metade, logo, pode parecer prematuro tentar escrever uma resenha agora. No entanto, o desenrolar da história está tão bom, tão bom, que acabei decidindo escrever assim mesmo e quando acabar de lê-lo, escreverei o que achei do livro num todo.

Assim como em “Entrevista com o Vampiro”(no qual Louis da uma entrevista a um jovem repórter, sobre sua vida como mortal e como a imortalidade lhe foi dada ao cruzar com o galante Lestat) e “Pandora”(onde, a pedido de David, uma das vampiras mais antigas do Universo de Rice, escreve sua auto-biografia, desde que era uma garotinha falante e inteligente em Roma), “O Vampiro Armand” é narrado em primeira pessoa. Armand, assim como Pandora, é abordado por David, que lhe pede para que lhe conte sua historia, escrevendo sua auto-biografia e mesmo que um pouco relutante, acaba cedendo e colocando sua vida no papel.

Ele não tem recordações de sua vida desde que fora pego por mercadores e transformado em escravo. As memórias dele são mais vivas a partir do momento que seu caminho cruza com o do estranhamente belo e talentoso Marius.

Ao chegar à casa de seu novo mestre, Armand – que não se recordava do próprio nome - acaba recebendo o nome de Amadeu. E para sua surpresa, fora levando para aquela casa não para ser um escravo e sim para ser educado e amado, como todos os outros meninos e rapazotes que viviam naquela propriedade veneziana, sob tutela de Marius. E para sua surpresa maior, acaba se tornando o favorito de seu Mestre, tornando-se então seu amante, dando início a uma historia de amor, luxúria e sangue.

Muitas pessoas podem achar repulsivo o relacionamento entre indivíduos do mesmo sexo, ainda mais quando é colocado no livro de maneira tão explícita, como as noites de amor entre Mestre e servo, ou as idas de Amadeu aos luxuosos bordéis de Veneza. Se você for uma dessas pessoas, que desaprova relacionamentos homossexuais até mesmo na ficção, meu conselho é: não leia “O Vampiro Armand”.

Se por outro lado, você for como essa que voz escreve, que não vê qualquer problema em relacionamentos deste gênero e que vê algo além do sexo e desejo ligando duas pessoas do mesmo sexo, ou seja, amor, e ainda por cima gostar de vampiros, não deixe de ler “O Vampiro Armand” quando tiver oportunidade.

Sim, amor sim. No começo da trama, poderá parecer que só o que o que explica a devoção de Amadeu a seu Mestre é a sua condição de servo somado ao seu desejo por ele; ou de Marius só tem tal predileção por seu servo por ser aquele que acha mais belo entre seus tutelados, mas com o decorrer da história, vê-se que o quê os une é muito mais forte e complexo que isso: é realmente isso. Amadeu ama cada um dos poros da pele de mármore de seu Mestre e arrisco dizer que também o ame devotadamente justamente por nunca ter sido tratado como escravo, ou seja, não era forçado a nada. Por sua vez, Marius ama a doçura que seu amante parece transpirar a cada segundo; se apaixona pela forma como seu anjo se apaixona por ele. Sim, o assassino que se apaixona, que ama, que deseja... Um predador mortal que se perde ao beijos de uma presa...

Paixões, luxúria, um rapaz com cara de anjo, um vampiro capaz de amar... Definitivamente um prato cheio pra todos os gostos.

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