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Plenitude

Eu precisava subir até a parte mais alta do Arpoador para admirar a paisagem, embora aquele não fosse o melhor dia para tal.

Eu precisava sentir esse vento frio vindo do oceano, arrepiando minha pele e bagunçando meu cabelo, sem me preocupar em arrumá-los, afinal, não tinha ninguém prestando atenção na garota solitária escrevendo no banco.

Eu precisava do céu carioca tão incomumente cinza e do mar, hoje tão verde e cinzento para que eu visse que até mesmo a perfeição tem seus dias imperfeitos.

Eu precisava olhar o horizonte e encontrar o Penhasco Dois Irmãos para ver aos seus pés a Favela do Vidigal e, mais abaixo, o luxuoso Hotel Sheraton, para que eu não esquecesse que por mais que as diferenças existam, sempre seremos iguais.

Eu precisava dessa solidão pra lembrar que há um lugar que eu posso chamar de lar.

Eu precisava de um lugar onde pudesse chorar em paz. E onde minhas lágrimas pudessem se transformar em palavras. E onde as lágrimas pudessem se transformar em palavras.

Eu precisava estar sozinha para me sentir completa.


Quem são Atena e Caronte?

Sei que já escrevi um pouco sobre ambos no “Por trás da pena” de “Em teus braços”, mas mesmo assim, queria escrever um pouco mais sobre eles. Por quê? Bem, porque atualmente eles são meus vilões favoritos de “Stones – Redespertar dos Deuses” – mais até mesmo do que Hades, que é o vilão mor – e conseqüentemente são os personagens que mais tem “povoado” minha cabeça.

Atena, como puderam ver, é a deusa da sabedoria da mitologia grega: só que, como todos os demais deuses, foi transformada um uma vampira por Hades para que e tornasse imortal e pudessem governar a Terra por todo o sempre.

Séria, sábia, serena e calada, é a que mais reprova a obsessão de Hades por Apolo; crê que isso prejudicará gravemente não só a Hades, como todos os deuses. A confiança cega do deus da morte e a traição de Apolo custaram um preço alto a todas as divindades do Olímpio. Preço que ela não está disposta a pagar novamente.

Seus sentimentos por Caronte são fortes e verdadeiros, e por serem assim é que ela permite sem qualquer aprovação fingida, que Caronte viva como quiser. Ama-o bastante para saber dividir a atenção dele com Hades, embora não aprove de maneira alguma a forma servil e humilhante com que seu amante age com Hades, obedecendo a todas as suas vontades.

Caronte é um paradoxo ambulante: pode ser grosso e arrogante, ao mesmo tempo dócil e carinhoso e em vários momentos, servil de uma maneira que chega dá raiva.

Segue, obedece e é humilhado por Hades sem nunca contestar, tendo a esperança (bem idiota, diga-se de passagem) de que agindo assim um dia possa despertar sentimentos além da atração no coração de Hades.

Começou a se envolver com Atena quando viu que ela era a única que não debochava de seu comportamento em relação ao amante. Com a aproximação que surgiu entre os dois, ele começou a vê-la mais do que uma boa amiga e sentir desejo; o que foi meio confuso, já que ele sempre sentiu atração por homens.

Entretanto, mesmo confuso, ele se torna amante de Atena, a qual se torna seu porto seguro. O que falta em Hades, Caronte encontra nos braços aconchegantes de Atena; e o que falta em Atena, o vampiro encontra em Hades. Mesmo não a amando, sente necessidade de tê-la por perto, sua presença lhe faz bem; mesmo não a amando, a idéia de vê-la com outro lhe é quase insuportável.

É um sentimento complicado, que nem ele entende, mas nem por isso deixa de vivê-lo.

Atena e Caronte... O laço que os une pode ser indefinido, mas indiscutivelmente, ele existe e é quase indestrutível.