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Quem são Lórien e Levi?

Quando escrevi “Quem é Atelas?” mencionei que alguns dos personagens do livro “Stones” foram criados pensando na Representante de Tenebros e na relação deles com a mesma; entre outras palavras, eles só foram criados por causa de Atelas. E Levi – talvez – é o maior exemplo disso.

No enredo de “Stones” um vampiro cruzaria o caminha da atual reencarnação de Atelas e a transformaria numa Impura* para dar-lhe uma vantagem a mais quando a hora do confronto final entre os Stones e o exército de Rast chegasse.

No entanto, para tal momento, não podia ser um vampiro qualquer. Poder até podia, mas não teria qualquer lógica, além de me desagradar bastante. Deveria existir algum vinculo entre os dois, forte. Então foi a hora de colocar minhas engrenagens pra funcionar: que vinculo seria esse?

Logo no início eu tinha certeza que o elo que ligaria ambos teria origem na vida anterior(ou seja, ela como Atelas); e que tinha que ser forte o bastante para fazer Levi não hesitar de fazer dela uma Impura e ao mesmo tempo repudiar a idéia de não transformá-la numa vampira.

Então veio a resposta pra essa pergunta que martelou na minha cabeça por algumas horas: pai e filha adotivos.

Levi a ama e tudo que deseja é poder fazer o que está ao seu alcance para protegê-la. E embora sinta-se tentado a fazer dela uma vampira para não ter que passar pela terrível experiência de vê-la morta, enoja-lhe sequer pensar em condená-la a mesma maldição que carrega.

Enfim, a criação de Levi estava concluída(detalhe: eu tinha pensado nele primeiro com o nome que ele adotou ao chegar à Terra para depois, ou melhor, só quando escrevi “Presente Noturno”, pensar no verdadeiro nome dele.)

Mas eis que outra questão surgiu: ele teria passado todos esses anos sozinho, convivendo com a ausência deixada por sua filhas querida, esperando a chance de reencontrá-la um dia?

A primeira resposta que me veio foi “sim”, afinal vampiros são criaturas solitárias e sabem estar bem, mesmo sozinhas; solidão, com o passar dos anos, se torna algo mais do que natural. Entretanto, Levi é um vampiro muito “humano”; passar décadas e décadas completamente sozinho seria tão insuportável que ele provavelmente arrumaria alguma maneira de acabar com a própria existência.

Ou seja, Levi precisava de uma companheira.

Uma mulher por quem ele tivesse se apaixonado e a transformado em vampira? Não, ele NUNCA transformaria alguém em vampiro. A mulher que o transformou em vampiro? Não, ele nunca conseguiria sentir qualquer coisa boa por quem o condenou a tal condição. Tinha que ser alguém que ele amasse mais do que tudo; alguém que tornasse a eternidade algo menos ruim.

Eis que diante da necessidade da criação de uma companheira para o meu querido vampiro, acabei imaginando algo extremamente fora do comum.

Levi e Lórien não são nada mais nada menos que irmãos gêmeos.

Após terem sido transformados por uma vampira que havia se “interessado” pelos dois, após se adaptarem à sua nova condição, deram cabo da vida de sua criadora. Com o passar dos anos, só tendo um ao outro como companhia, acabaram vendo-se não só como irmãos, mas como companheiros, homem e mulher... Lórien inicialmente foi relutante a isso, considerando errado. Já Levi, a fez ver que eles não eram mais totalmente humanos, logo, não precisavam seguir todas as regras.

A maioria pode achar desnecessário e até mesmo chocante o fato dele serem irmãos, mas alguns – como eu – podem achar interessante um relacionamento incestuoso consciente.

No texto “Presente Noturno”, Lórien se apresenta carinhosa e doce, já em “Stones” ela está séria e levemente fria. Para o leitor essa mudança pode causar um pouco de estranheza, mas devo lembrar que tal mudança tem uma causa: ela perdeu uma filha. A morte de Atelas mexeu com os dois, mas mais com a vampira. A dor de perder sua amada filha em tão pouco tempo e de forma tão cruel foi uma experiência traumática até mesmo para um ser imortal.

Embora sejam personagens que apareçam muito pouco em “Stones”, gosto muito desses dois. Talvez por gostar tanto, vez ou outra eu escreva sobre as vida deles ao lado de Atelas.


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*Impura: no universo de “Stones” esse é o termo usado para definir um humano que foi vítima da um ataque vampiro e não é morto por seu atacante; sobrevivendo ao ataque com uma única gota de sangue que lhe é dada pelo vampiro (poucos sobrevivem a esse processo, já que a quantidade é quase que insignificante para manter a vítima viva), a pessoa acaba adquirindo alguns dons vampirescos, como: regeneração, visão sobrenatural, audição sobrenatural, agilidade sobrenatural, mas num nível muito inferior ao de um vampiro autentico.

Além dessas vantagens o Impuro não tem qualquer vulnerabilidade ao Sol e necessidade de beber sangue.

Presente Noturno

Este é mais um daqueles textos que surgem praticamente prontos na cabeça e que só é necessário alguns pequenos ajustes aqui, outros pequenos reparos ali e pronto: já está prontinho e é só jogar no papel.

Gostaria de dizer que logo que “Presente Noturno” surgiu em minha mente tratei de escrevê-lo, no entanto, isso seria uma grande mentira.

Como é de costume, numa da muitas noites em que acordo no meio da madrugada e não consigo voltar a dormir, tratei de focar minha atenção em algo agradável e deixar minha imaginação viajar e trabalhar ao redor do que quer que fosse o “algo” até eu – com um pouco de sorte – voltar a dormir.

Coincidentemente, naquele mesmo dia, eu havia relido algumas postagens do blog e “Por Eternia” e “Quem é Atelas?” foram alguns dos textos que acabei relendo. Logo, meu “algo agradável” para pensar foi a própria Atelas.

Sem dúvida alguma, pra o livro “Stones” os acontecimentos da vida dessa personagem só tem importância a partir do momento que ela vira o pivô que desencadeou a Grande Guerra de Eternia em diante; ou seja, do finalzinho da sua vida anterior e a sua existência atual. Mas e o que veio antes? Certo que o quê aconteceu antes não tem importância pra história, do contrario seria ressaltado no livro(o quê não ocorre). Entretanto, mesmo não sendo importante, não seria ao menos interessante aos que conhecem e simpatizam com Atelas, saber um pouco mais da vida da personagem?

Pois bem, pode parecer uma insanidade para alguns, mas às vezes um personagem é tão querido e presente na cabeça do autor que o mesmo pensa em todos os por menores ao redor de sua criação. Minha relação com Atelas é assim; e pensar na vida dela quando criança e em algumas passagens até chegar na Grande Guerra é algo inevitável.

Há muito tempo tinha em mente que Atelas seria filha adotiva dos vampiros Lórien e Levi
(que aparecem na série “Stones” sob outros nomes ), mas até aquela minha noite insone não havia pensado em como o caminhos dos três havia se cruzado.

Odeio minhas noites de insônia, mas adoro quando ela gera bons frutos.

“Presente Noturno” ficou pronto dentro da cabeça, só precisou esperar um pouco pra ser escrito, em seguida digitado pra ser mostrado a vocês.

Espero realmente que tenham gostado e, adianto a todos que, talvez, mais pra frente, seja postado aqui mais partes da vida de Atelas.